domingo, 24 de julho de 2011

Era uma vez uma gaja que se lembrava de um gajo todos os dias e todos os dias lhe custava horrores se ele não falasse com ela, todos os dias ela se lembrava das idas ao cinema com ele, dos passeios nocturnos, de andar com ele no carrinho pequenino e fofinho dele, todos os dias ela se lembrava do toque dele, da maneira doce e terna como ele falava com ela, alguns dias até da ida ao casino com ele ela se lembrava. Era também quase que inevitável lembrar-se de uma noite em que quase o beijou. Era impossível esquecer todas as coisas que ele lhe dizia, a falta que ele lhe fazia era doentia. 
Um dia ela achou que estava a partir para obsessão. 
Outro dia ela chorava. 
No outro também. 
Todos os dias ela chorava.
Todos lhe diziam que aquele não podia ser o seu príncipe, mas quem sabe ? 
Pediram-lhe que o esquecesse. Que falasse com ele. Disseram-lhe que nunca mais falasse com ele.
Até ao dia em que ela veio embora de Lisboa, voltou ao seu Alentejo de férias e quer esquecê-lo. Porque acima de tudo e de todos ela ainda se respeita a si própria e tem noção que ele não teve um pingo de respeito por ela. 

Obrigada por tudo o que passámos A., obrigado por todos os momentos, obrigado por teres feito de mim a pessoa feliz que era quando estávamos juntos. Desculpa se algum dia te magoei, nunca te menti e continuo a gostar de ti. És algo que adoro à distância. Que precisei de ver e sentir , mas acredito que já não preciso mais. Não consigo parar de pensar que só servi como um apoio para superares aquela morte. Não consigo parar de te culpar por teres deixado que algo especial se perdesse assim. Não consigo acreditar que tudo o que vivemos foi apagado e que não sentes nem um pouco de saudades. Eu tenho saudades tuas. Mas não vou ter. Nem um pouco mais. Só quero que saibas que vou-te esquecer. É tudo. Para sempre, adeus A. 

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